domingo, 27 de novembro de 2011

Educação em Destaque - Telma Weisz

            
Livro: O Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem - Telma Weisz
                     Educação em destaque
No livro O diálogo entre o Ensino e Aprendizagem, Telma Weisz fala sobre sua primeira experiência em sala de aula de forma reflexiva, o papel do professor e a concepção de aprendizagem que predominavam nos anos 60, época de suas primeiras experiências educacionais e as descobertas que fez através de estudos e reflexões.
  Desde o inicio de sua trajetória, na educação, a autora já começou a pensar sobre o fracasso escolar. Por que os alunos não conseguiam avançar? O que fazia com que houvesse tantas repetências? A culpa etária nos alunos ou nos professores? Por que, mesmo empregando as técnicas de ensino, parecia está apenas preenchendo tempo na sala de aula?
 Para a autora a escola parecia apenas classificar os alunos, em bons ou ruins _ Uma armadilha para que os alunos com baixo rendimento continuassem com suas dificuldades, sem que pudesse se sair bem.
A partir dessas reflexões concluiu que as informações e as idéias que circulavam na educação não atendiam o problema do ensino. O professor continuava chegando para atuar, com as mesmas insuficiências, com as quais chegaram a outras épocas. Desde então Telma trabalhou em busca de melhorar a educação. Atou um compromisso principalmente com as crianças vítima do fracasso escolar.
 Com o estudo que fez a partir das autoras Emilia ferreiro e Ana Teberosky, descobriu que as crianças começam a construir seus conhecimentos desde muito cedo, e quando não escrevem de forma alfabética procura uma lógica para explicar o que ainda não compreendem, elaborando hipóteses sobre o funcionamento da escrita. As crianças constroem suas hipóteses de escrita a partir de seu contato com os textos que circulam socialmente, portanto as crianças mais pobres tendem a construírem hipóteses mais simples devido a sua pouca participação com os textos sociais. A partir dessas hipóteses o professor pode usar a favor do aluno, criando condições para que ele possa continuar aprendendo. Esse primeiro conhecimento que a criança demonstra ao fazer suas hipóteses a autora chama-o de conhecimento prévio, o novo conhecimento servirá como um aprofundamento do que ele já conhece.
O professor precisa saber o que o aluno sabe e o que ele ainda precisa aprender para planejar ações que desafiam - os e façam com eles avancem em seus saberes. O importante não é o professor ensinar, mas sim, oferecer pistas e desafios para que o conhecimento seja construído pelo aprendiz. E para isso, o conhecimento prévio que os alunos têm sobre um tema ou conteúdo é um passo necessário que deve ser valorizado no processo de ensino e aprendizagem.
O conhecimento que o aluno tem sobre a escrita em cada nível é importante e deve ser reconhecido pelo professor para que haja avanços em relação a escrita.
O professor deve ter cuidado para não confundir o que o aluno sabe com o que lhe foi ensinado. Para isso, devem ficar atento as reflexões que os alunos fazem.
Outro aspecto abordado por Telma Weisz é o “erro” do aluno. Pois, a partir, do erro o professor tem a oportunidade de saber o que o aluno sabe, e o que deve ser feito em relação as intervenções necessárias para que ele avance. O aluno precisa saber que atrás das coisas que aprende existe uma lógica e é esse esforço que impulsiona na construção do conhecimento. Por isso, o professor nunca deve desconsiderar o esforço do aluno.
O trabalho em grupo ou duplas, quando bem planejado permite ao professor conhecer os saberes e raciocínios dos alunos, através da observação das trocas que eles fazem. Essa situação favorece a aprendizagem dos alunos, uma vez que considera o que ele já sabe e as condições do meio. Quando a criança observa os procedimentos de um colega mais avançado, ela constrói a lógica necessária para aprender.
As diferentes culturas, às quais as crianças fazem parte colaboram para conhecimentos diferentes, por isso o professor precisa entender que as crianças que pertencem a um nível de cultura valorizado pela escola terão mais facilidade de aprender, pois no dia-a-dia presenciam práticas adotadas pela escola como a leitura e a escrita, enquanto que aquelas que não convivem em um ambiente de leitura e escritas terão mais dificuldade. Assim, cabe a escola atender as necessidades de cada um, oferecendo oportunidades de aprendizagem, de modo a contribuir para o sucesso escolar de cada aluno. A escola deve ser um espaço de inclusão social e não de exclusão. Por isso, o professor deve garantir que todos os alunos participem da cultura em todas as possibilidades.
Não existe receita pronta para o trabalho em sal de aula, como acreditava o modelo tecnicista dos anos 70, que foi responsável pela baixa qualificação de professores.
No modelo construtivista, cabe ao professor construir conhecimentos e ter autonomia intelectual para selecionar conteúdos, ter claros seus objetivos, valorizando o que os alunos já sabem para que a partir desse conhecimento possam criar estratégias e intervenções que os levam a avançar em seus saberes, entendo a complexidade e a contextualização da pratica pedagógica.
O conjunto de ideias, concepções e teorias orientam a pratica pedagógica do professor, mesmo que ele não tenha consciência das mesmas. Para conhecê-las é preciso verificar de que foram seus atos as expressam. Por exemplo, o que ele quer que o aluno aprenda as intervenções que ira realizar e como será o ensino.
A teoria empirista define a aprendizagem como memorização e fixação de informações para acumulá-las. A cartilha é um instrumento de ensino empirista e concebe os caminhos para a aprendizagem. O conhecimento está fora do sujeito, é através do ambiente que a criança aprende. O aluno é uma tabua rosa, “vazia”. Para mudar é necessário reconstruir toda a pratica a partir da concepção construtivista. Nesse modelo, o aprendiz organiza e integra os novos conhecimentos aos já existentes. Mas, precisa ter cuidado com concepções que não são construtivistas como acreditar que o aluno aprende sozinho e, portanto as intervenções não são necessárias. A aprendizagem da leitura e escrita nesse modelo é complexa e deve ser apresentada por inteiro e de forma funcional. O professor deve observar a ação da criança, problematizar e intervir de forma que contribua para que o conhecimento dela avance, organizando situações que ofereçam informações adequadas.  
O ensino deve esta ligada com o processo de aprendizagem do aluno, onde este deve ser adaptado para que o aluno possa se desenvolver em suas dificuldades. Por isso o professor deve compreender o caminho e as dificuldades que o aluno esta percorrendo, só apartei daí o professor irá perceber as dificuldades que o aluno enfrenta e para que possa assim, trabalhar com esse ele e as atividades que será permitida ao aluno com tal  dificuldade, permitindo assim que o aluno avance e que possa conquistar outros conhecimentos e novas descobertas.
Para que isso aconteça é muito importante que o professor organize diferentes situações como planejamento e atividades diferenciadas, que venha ajudar o aluno a avançar em suas dificuldades.
 O aluno precisa expor suas hipóteses e aprender a enfrentar sua contradição, seja de suas próprias hipóteses ou de sua própria produção. Sendo uma escola construtivista é muito importante incentivar os alunos acionando seu conhecimento prévio, para que possa expor suas idéias e faze uso delas nas atividades escolares e em outras situações dentro ou fora da escola.
 A circulação de diversos materiais e as intervenções do professor e a ajuda dos colegas garantem o máximo de aprendizagem para os alunos. Por isso, é muito importante o trabalho de diversos gêneros na sala de aula.
O professor precisa está atento aos conhecimentos que o aluno já possui e os que vão adquirindo quando fica frente a situações-problema, nos quais havia passado anteriormente. Essa situação acontece quando o professor deixa de ser o único informante da classe e abre situações onde cada um expõe seus saberes, para que possa assim uns aprender com os outros.
Para que isso aconteça é preciso incentivar o aluno para que haja essa troca de aprendizagem e que respeite a opinião do colega. O conteúdo escolar também deve está ligado ao objeto sociocultural real do aluno, para que possa assim ajudar em todas as áreas.
O professor desenvolve dois tipos de ação pedagógica: o planejamento e intervenção. Uma é a intervenção clássica _ correção que não é a única intervenção possível, nem a mais importante, porem tem preocupado os professores.
 A tradição escolar normalmente é a correção realizada longe dos alunos na quais os erros são assinalados para que os alunos corrijam como a mais importante (concepção empirista ou quando se trata de um texto quando tem que ser passado a limpo, corrigido esse, erro poderá ficar fixado na memória do aluno).
A idéia do erro construtivo fascinou muitos educadores que começam a ver de outras formas os textos escritos dentro de um sistema, silábico, e mesmo os de escrita alfabética. Os erros devem ser corrigidos no momento certo e o professor deve valorizar o conhecimento que o aluno tem e intervir para que ele avance em seus conhecimentos.
 Telma weisz ressalva a importância de se fazer avaliação diagnóstica a cada conteúdo novo apresentado aos alunos. Segundo a autora é preciso ter claro o que o aluno já sabe no momento em que lhe é apresentado um conteúdo novo.
Quanto à avaliação inicial relacionada ao conhecimento prévio a autora pontua a importância de explorar o conhecimento que o aluno já traz consigo, pois permite saber de onde se deve partir a aprendizagem que se espera do aluno. Assim sendo, tais ideias faz-se importante na hora de construir uma situação na qual o aluno fará uso para aprender aquilo que não sabe.
Do ponto de vista da autora mesmo após a avaliação inicial imbricados aos conhecimentos prévios dos alunos é imprescindível que o educador faça uso de outros instrumentos de avaliação para certificar o que os alunos absorveram, uma vez que o conhecimento não é construído de forma igual por todos.
Ao preparar uma situação de avaliação, o professor precisa saber as diferenças que existem entre situações de aprendizagem e situações de avaliação.
Outro instrumento na visão de Weisz seria uma avaliação de percurso – que, neste caso pode ser formativa ou processual e podendo ser realizada durante o processo de aprendizagem. Neste caso será possível saber se os alunos estão aprendendo com as situações didáticas propostas.
A autora acredita que quando se avalia a aprendizagem do aluno também se verifica a prática do professor, ou seja, é possível rever e refletir sobre a sua atuação e dar um novo direcionamento rumo à superação das dificuldades.
No final do ultimo capitulo fala sobre a formação inicial que o professor recebe.
Esta, por sua vez está como sendo insuficiente para o profissional desempenhar a sua tarefa no ambiente escolar. Neste mesmo capitulo vem destacando a importância e a necessidade de se pensar uma formação continuada, já que todos anseiam por uma qualidade de um trabalho pedagógico consistente.
Assim sendo é necessário que o professor elabore e reflita permanentemente sua pratica pedagógica.
A autora também destaca como ponto principal a existência de um projeto educativo compartilhado pela comunidade escolar. Assim haverá inteira valorização da produção coletiva na qual facilitará tanto na formulação dos objetivos educacionais quanto na elaboração de estratégias pedagógicas.

Referências
Weisz, Telma.  O diálogo entre o ensino e a aprendizagem/ Telma Weisz: Com Ana Sanchez.-2º ed. – São Paulo: Ática, 2009.


                                            Biografia


Telma Weisz foi uma das autoras dos Parâmetros curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, consultora do MEC e Supervisora Pedagógica na elaboração e implementação do programa de formação de Professores Alfabetizadores. (Profa) lançado em 2001 pelo Ministério da Educação.  É doutora em psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento pelo Instituto de Psicologia da Universidade de são Paulo. Hoje ela assessora um  Programa semelhante, o Letra e vida e Ler e escrever no estado de São Paulo.
Telma Weisz é uma referência no trabalho dos alfabetizadores, trazendo contribuições significativas sobre a formação de professores e coordenadores pedagógicos engajados na tarefa de alfabetizar. 


Obra da autora:

Acadêmicas:
         Elizabete
       Zelaine
       Elis Regina
       Fernanda
       Neuzimar







Um comentário:

  1. Excelente trabalho da autora Telma Weisz, Pois, a mesma vem contribuindo para que os professores se conscientizem e se debrucem em seus estudos com as novas técnicas de alfabetizar.Neste contexto o educador deverá respeitar os conhecimentos de mundo dos alunos,e valorizar suas construções e hipóteses pois,não aprendemos sozinho.Segundo ressalta Paulo Freire nos seus livros.

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