terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cecilia





CECÍLIA MEIRELES (1901-1964)
Concepções de Escola, Ensino e Aprendizagem
Cecília Meireles é um nome na educação brasileira que contribuiu de forma significativa em questões relacionadas à leitura e a literatura na infância. Pressupõe-se que a leitura é um instrumento essencial na vida do homem, sendo que sua aprendizagem e prática possibilitam a ampliação do conhecimento de mundo e o acesso às formas de comunicação necessárias à vida em sociedade, deve, por isso, iniciar-se na educação infantil. A autora se dedicou a escrever especificamente para crianças, com vistas ao seu pleno desenvolvimento. Escreveu artigos jornalísticos, pronunciou conferências, escreveu poesias, livros, peças teatrais e cantigas de roda de maneira que sua produção literária, em especial as direcionadas à infância, é uma referência aos educadores que trabalham a leitura em salas de aula da educação infantil.

Muitas obras dessa autora estão presentes em livros didáticos destinados a educação infantil e ao ensino fundamental. São constantemente, utilizada por professores em sala de aula para trabalhar a linguagem oral e escrita, pois essas obras possuem características que instigam os alunos no processo de ensino aprendizagem, por isso merece a atenção dos educadores.
    Vivemos em uma sociedade marcada, pela mídia, pela televisão e por outros meios de disseminação da cultura, entretanto, leitura e escrita são instrumentos fundamentais na vida do homem para ampliação do conhecimento de mundo e o acesso às diversas formas de comunicação indispensável na vida em sociedade. A leitura e a escrita são iniciadas na pré- escola e principalmente no ensino fundamental. A leitura auxilia no desenvolvimento cognitivo, intelectual e emocional da criança.
   O Referencial Curricular Nacional para a Educação (BRASIL, 1998, p.117) fala que:
                                            


                                         
A aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos
Importantes para as crianças ampliarem suas possibilidades de
Inserção e de participação nas diversas práticas sociais. [...] A
Educação infantil, ao promover experiências significativas de
Aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem.
Oral e escrita se constituem em um dos espaços de ampliação das
Capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo
Letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao
Desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro
Competências lingüísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever.
   As escolas e professores da educação infantil devem procurar rever sua pratica de forma a promover interesses pela leitura de história e contato com escrita por meio de livros, revistas e outros materiais.
  A leitura e de suma importância, uma vez que a mesma não e sinônimo unicamente de decodificar signos lingüísticos, pois uma boa leitura pode trazer alem de aprendizado para vida, gosto por ler, diversão, entretenimento, crescimento pessoal entre outros.

  Cecília Meireles apontava a necessidade de se ofertar livros de qualidade às crianças (MEIRELES, 2001). Para ela, a oferta de bons livros ao leitor infantil proporcionava o desenvolvimento de todas as suas habilidades de leitura e também intelectuais. Considerava importante que entregassem às crianças livros com atrativos, que estimulassem a leitura, tivessem boa nitidez e figuras: [...] o livro infantil deve ter um aspecto gráfico perfeitamente educativo: isto é, capaz de estimular todas as crianças.
Faculdades do leitor; porque a ilustração não serve apenas para reproduzir o que vem escrito (MEIRELES, 2001a, p. 120).
  Para a autora, as obras que faz parte da literatura infantil são as que as crianças sentem vontade de ler e as ler com agrado.


[...] Costuma-se classificar como Literatura Infantil o que para elas (crianças) se escreve. Seria mais acertado, talvez, assim classificar o que elas lêem com utilidade e prazer. Não haveria, pois, uma literatura infantil “a priori”, mas “a posteriori”. (MEIRELES, 1979, p. 19)
[...] em lugar de se classificar e julgar o livro infantil como habitualmente se faz, pelo critério comum da opinião dos adultos, mais acertado parece submetê-lo ao uso – não estou dizendo a crítica – da criança, que, afinal, sendo a pessoa diretamente interessada por essa leitura, manifestará pela sua preferência, se ela satisfaz ou não.
Pode até acontecer que a criança, entre um livro escrito especialmente para ela e outro que o não foi, venha a preferir o segundo.
(MEIRELES, 1979, p. 27).


  Ela defendia que era preciso colocar a disposição das crianças diversos livros e que esses deveriam ter assunto útil posto de maneira agradável para que os leitores pudessem aproveitar melhor sua mensagem. Ainda defendia, que entre “não ler” e “ler” um livro ruim, era preferível não ler.
  A autora afirmou que a necessidade de uma literatura própria, com determinadas feições, voltada ao publico infantil, considerando a necessidade de escrever especificamente para a criança visando seu pleno desenvolvimento e respeitando, sobretudo, a sua idade, sua fase de desenvolvimento da linguagem e sua habilidade de interpretação capacidade de assimilar aprendizagens. 


  Segundo Cecília Meireles o ambiente escolar tem um grande peso na formação da personalidade do individuo. Um Ambiente educacional agradável ser sugestivel, rico de aspirações para as crianças. A escola deve ser bonita limpa e decorada, pois o ambiente escolar com essas características influencia na formação das crianças e contribui no trabalho do professor, que muitas vezes ia para a escola sem inspiração, sob o peso da obrigação do dever. Para ela, a escola, era o local onde a criança entrava em contato com as aprendizagens que servia para a vida, sendo que      o professor possuía o dever de transmitir não apenas o conteúdo, mas o caráter e a moral por meio de exemplo.
   Nas concepções de Cecília Meireles estavam presentes muitos ideais da escola moderna, pois ela afirmava que e necessário conhecer o mundo infantil. Rousseau era defensor fervoroso dessa pedagogia, para quem a infância só existe em respeito à ordem natural, pois é uma etapa do desenvolvimento do homem. Dessa forma a escola deve respeitar os ritmos de aprendizagens dos alunos. Assim a infância é parte inalienável porque ‘’ a natureza quer que as crianças sejam crianças antes de ser homem’’(Apud NARODOWSKY, 1994, p 36). Elas têm características próprias, Segundo Rousseau essas características são a falta de razão. Dessa forma, na infância convive- se a mais completa ignorância e a maior das capacidades- a de aprender.
   Em sua obra Emilio (1732) a autora aborda concepções da infância como território de potencialidade.      
  Cecília Meireles foi defensora dos ideais da Escola Nova. Em 1932, foi uma das intelectuais que assinou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Documento lançados ao povo e ao governo, no Brasil, com mais de 26 assinaturas de educadores, em defesa da escola pública, gratuita e leiga e de método pedagógicos de bases cientificas e centrados no aluno visando o respeito ao desenvolvimento das aptidões naturais de cada individuo. A proposta do Manifesto era a de ‘’ reconstrução educacional’’ no Brasil, com a idéia de educação integral, de co- educação dos sexos e de organizações de um sistema nacional de ensino. Previa a criação de creches e jardins de infância para intervenções de Estado na oferta de uma educação de qualidade á população nacional.
 A poeta era partidária da Escola Nova e defendia, assim como Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira, uma educação publica, universal, obrigatória e laica   
  Para autora o material literário apresentado de forma qualitativa para as crianças de forma incentivar e impulsionar o seu desenvolvimento com leitor interpretativo do mundo no qual está inserido.    
  Cabe aos escritores de livros infantis aos profissionais de educação promover os interesses e a curiosidade da criança pela leitura de história.
   Contudo, nota- se que Cecília Meireles trouxe contribuições significativas para a educação brasileira, uma vez que suas obras se tornaram referencias para inúmeros educadores que buscam dinamizar suas aulas e despertar em seus alunos o gosto e o prazer na leitura.

A criança não é um boneco, cujas habilidades ou inabilidades se exploram.
É uma criatura humana, com todas as forças e fraquezas, todas as possibilidades de evolução e involução inerentes à condição humana. Por isso mesmo, são condenáveis todas as atitudes que a rebaixem, ou que lhe estorvem o seu normal desenvolvimento. (MEIRELES, Cecília, Ouvindo as crianças. 21 de novembro de 1930).


    
       
Cecília Meireles
Biografia de Cecília Meireles
 
Uma das grandes representantes da literatura brasileira
Biografia, obras e estilo literário
Cecília Meireles é uma das grandes escritoras da literatura brasileira. Seus poemas encantam os leitores de todas as idades. Nasceu no dia 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro e seu nome completo era Cecília Benevides de Carvalho Meireles.
Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dos nove anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias.  
Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro “Espectro” (vários poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, a jovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento literário simbolista.
No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com ele, a escritora teve três filhas.  
Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “O cavalinho branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre outros. Estes poemas infantis são marcados pela musicalidade (uma das principais características de sua poesia).
O marido suicidou-se em 1936, após vários anos de sofrimento por depressão. O novo casamento de Cecília aconteceu somente em 1940, quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira.  
No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza das poesias trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos acadêmicos da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras.
Cecília faleceu em sua cidade natal no dia 9 de novembro de 1964.  
Relação de suas obras: 
Espectro - 1919
Criança, meu amor - 1923
Nunca mais... - 1923
Poema dos Poemas -1923
Baladas para El-Rei - 1925
O Espírito Vitorioso - 1935
Viagem - 1939
Vaga Música - 1942
Poetas Novos de Portugal - 1944
Mar Absoluto - 1945
Rute e Alberto - 1945
Rui — Pequena História de uma Grande Vida - 1948
Retrato Natural - 1949
Amor em Leonoreta - 1952
12 Noturnos de Holanda e o Aeronauta - 1952
Romanceiro da Inconfidência -1953
Poemas Escritos na Índia - 1953
Batuque - 1953
Pequeno Oratório de Santa Clara - 1955
Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro - 1955
Panorama Folclórico de Açores -1955
Canções - 1956
Giroflê, Giroflá - 1956
Romance de Santa Cecília - 1957
A Rosa - 1957
Obra Poética -1958
Metal Rosicler -1960
Solombra -1963
Ou Isto ou Aquilo -1964
Escolha o Seu Sonho - 1964
                     









REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lôbo, Yolanda.
Cecília Meireles / Yolanda Lôbo. – Recife:
Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.
http://www.suapesquisa.com/biografias/ce

Paulo Freire

Concepções de Escola, ensino e aprendizagem.
Paulo Freire 


Paulo Freire: educador reconhecido internacionalmente pelo método de alfabetização




Paulo Régis Neves Freire, educador pernambucano, nasceu em 19/9/1921 na cidade do Recife. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensina a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Com 10 anos de idade, a família  mudou para a cidade de Jaboatão.

Biografia 

Na adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa. Com 22 anos de idade, Paulo Freire começa a estudar Direito na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade de direito, casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Com a esposa, tem teve cinco filhos e começou a lecionar no Colégio Oswaldo Cruz em Recife.

No ano de 1947 foi contratado para dirigir o departamento de educação e cultura do Sesi, onde entra em contato com a alfabetização de adultos. Em 1958 participa de um congresso educacional na cidade do Rio de Janeiro. Neste congresso, apresenta um trabalho importante sobre educação e princípios de alfabetização. De acordo com suas idéias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política. 

No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares.Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia.

Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em São Paulo, exerceu o cargo de secretário municipal da Educação. Depois deste importante cargo, onde realizou um belo trabalho, começou a assessorar projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 2/5/1997.

Pensamento de Paulo Freire, Ensino e aprendizagem


Segundo FREIRE (1996: 96), “o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas”.

Ainda segundo o autor, “o professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca”.

Apesar da importância da existência de afetividade, confiança, empatia e respeito entre professores e alunos para que se desenvolva a leitura, a escrita, a reflexão, a aprendizagem e a pesquisa autônoma; por outro, SIQUEIRA (2005: 01), afirma que os educadores não podem permitir que tais sentimentos interfiram no cumprimento ético de seu dever de professor. Assim, situações diferenciadas adotadas com um determinado aluno (como melhorar a nota deste, para que ele não fique de recuperação), apenas norteadas pelo fator amizade ou empatia, não deveriam fazer parte das atitudes de um “formador de opiniões”.

Logo, a relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles. Indica também, que o professor, educador da era industrial com raras exceções, deve buscar educar para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o lado positivo dos alunos e para a formação de um cidadão consciente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais.


Sobre o livro PEDAGOGIA DA AUTONOMIA
Pedagogia da Autonomia[1] é um livro da autoria do educador brasileiro Paulo Freire, sendo sua última obra publicada em vida. Apresenta propostas de práticas pedagógicas necessárias à educação como forma de construir a autonomia dos educandos, valorizando e respeitando sua cultura e seu acervo de conhecimentos empíricos junto à sua individualidade.
A obra reúne experiências e novos métodos, que valorizam a curiosidade dos educandos e educadores, condenando a rigidez ética que se volta aos interesses capitalistas, que deixam à margem do processo de socialização os menos favorecidos.
O autor baseou-se durante o desenvolvimento do livro, em ideias progressistas de ensino, isto é, levando em conta, principalmente, o conhecimento do aluno em diálogo com a disciplina, porém oposto ao caráter autoritário e assinalando a atitudes para estimulação da liberdade para obter a disciplina, e também valorizando a experiência de vida como primordial para o efetivo aprendizado. Além de evidenciar severas críticas ao fatalismo, ao neoliberalismo e a globalização.
Primeiramente Paulo Freire enfatiza que para um educador cuja perspectiva seja progressista, é necessário estar de acordo que só é possível ensinar em processo que é obtido socialmente e, não se trata de um ato de transmissão de conhecimentos, mas sim criação de oportunidades para a construção dos saberes,representando um processo de formação,na qual o educando se torna sujeito de seu conhecimento,porém, ambas as partes desse processo passam por um aprendizado.
Entretanto, nesta formação é indispensável que o docente possibilite ao aluno um objetivo a ser traçado em sua busca ao conhecimento. Dessa maneira, os alunos vão ter qualidades críticas e serão capazes de criar. Da mesma forma, cabe a ele estimular os seus alunos a verificarem os conteúdos de suas próprias descobertas, assim, os formará autônomos de seus conhecimentos e disciplinados metodologicamente.
Antagônico aos alunos de um professor com raízes tradicionais, que repetirá tudo que já foi lido depositando os conhecimentos, anulando o poder de indagação, de curiosidade do educando para construir o próprio saber. Ou seja, as dúvidas e curiosidades são silenciadas pelo autoritarismo do educador, que se enxerga como possuidor de um conhecimento indiscutível.
As ideais progressistas pedagógicas, de forma alguma, devem ser confundidas com um ato de espontaneidade e liberdade dos professores e alunos diante da construção desse conhecimento.Cabe aos educadores conduzirem de forma metodológica os conteúdos ensinados para que essa prática seja eficiente.
Como eixo norteador de sua prática pedagógica, Freire defende que "formar" é muito mais que formar o ser humano em suas destrezas, atentando para a necessidade de formação ética dos educadores, conscientizando-os sobre a importância de estimular os educandos a uma reflexão crítica da realidade em que está inserido.
Assim como defende o ideal o qual , o indivíduo deve se comportar como ser histórico e ativo de suas opiniões e atitudes. Para a inexistência de seres que apenas se adaptam,se tornando objetos da sociedade, faz-se necessário a conscientização não como solução utópica para qualquer eventualidade, e sim, com a finalidade de formar uma nova consciência crítica para enfrentar barreiras em sua trajetória e em seu autoconhecimento. Sendo radical às ideias fatalistas e às doutrinas neoliberais. Possuir uma visão fatalista significa enxergar o destino como irrevogável, e apenas esperar o futuro acontecer, sem qualquer possibilidade de mudança através da capacidade crítica que possuímos. Essa ideologia é disseminada pelo sistema dominante, o qual vê vantagem em ter uma população que enfrente os problemas passivamente.
Para o encorajamento de seres críticos, dentro do espaço escolar, é fundamental ao educador contrapor com seu discernimento necessário para o engajamento às melhores condições estruturais à educação. E adentrar-se sem contradizer o partidarismo político que esteja envolvido, exigindo garantia de causas relacionadas à educação.
Por isso, a prática educativa consiste em uma forma de politizar e nunca ser indiferente a diversos olhares sobre a realidade e possuir esperanças na melhora do que ainda não está no ideal para a situação da educação brasileira.

Enfatiza também alguns aspectos primordiais, porém nem sempre adotados pela
sociedade atual, como: simplicidade, humanismo, ética e esperança, já que, na sua visão, o capitalismo leva a sociedade a um consumismo exacerbado e a uma alienação coletiva, através, principalmente, dos veículos de comunicação de massa. Nota-se também um saber de extrema importância dentro da pedagogia que é o saber ético, ou seja, nunca impedir o outro de refletir.
Ainda mais que, dentro da sociedade, os valores morais e éticos estão cada vez mais perdendo seu respeito. Com a globalização, a ética está agindo a favor dos interesses da economia e do lucro que dela é gerado e não favorecendo os interesses humanos de convívio, respeito e justiça. A ética só diz respeito, dentro do sistema, a minorias protegidas pelo lucro, havendo um domínio sobre as outras classes quanto a ideologias a serem seguidas, à educação a serem transmitidas,etc.
Segundo o autor, o fracasso educacional deve-se em particular a técnicas de ensino ultrapassadas e sem conexão com o contexto social e econômico do aluno, mantendo-se assim o status quo, pois a escola ainda é um dos mais importantes aparelhos ideológicos do Estado.
Quanto a disciplina dentro do espaço pedagógico em que o educando está inserido é inadmissível qualquer tipo de permissividade, pelo contrário, Freire atenta seu olhar ao fato de que o professor tende a estimular a liberdade por meio da disciplina. E manter esse ambiente, por meio de sua figura como autoridade, isso é, de quem coordena as atividades, consciente do respeito, possuindo humildade e ética necessária para a prática educativa se efetivar, e depositar responsabilidade em seus alunos e a partir dessa atitude, impor os limites de comportamentos dentro do espaço escolar para de fato usarem de maneira correta a liberdade concedida


OBRAS



                  

       




Obras do educador Paulo Freire:

• A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961.
• Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. Estudos Universitários – Revista de Cultura da Universidade do Recife. Número 4, 1963: 5-22.
• Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967.
• Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970.
• Educação e mudança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1979.
• A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora, 1982.
• A educação na cidade. São Paulo: Cortez Editora, 1991.
• Pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992.
• Política e educação. São Paulo: Cortez Editora, 1993.
• Cartas a Cristina. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1974.
• À sombra desta mangueira. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1995.
• Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997.
• Mudar é difícil, mas é possível (Palestra proferida no SESI de Pernambuco). Recife: CNI/SESI, 1997-b.
Pedagogia da indignação. São Paulo: UNESP, 2000.
• Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez Editora, 2001